Joel Pinheiro faz no Valor Econômico uma interessante descrição da "nova direita" que, em olhar cuidadoso, não é nem tão nova nem tão direita. Como sempre acontece ao ler este tipo de artigo fico sem saber onde estou. É fato que a bolsa-empresário do BNDES me incomoda muito mais que a bolsa-família, a ponto de eu ter dito várias vezes que enquanto existir a primeira me recuso a criticar a segunda. Abomino qualquer forma de coletivismo, desta forma não nutro simpatia por nenhuma forma de organização das ditas minorias. Na verdade considero cada indivíduo como muito complexo para se encaixar no rótulo de alguma minoria.
Sou a favor de várias causas libertárias mas dou bem menos ênfase a estas causas que a maioria dos libertários, por exemplo, não comemorei o juiz que "legalizou" a maconha por meio de uma nova interpretação da lei. Não estou convencido que um mundo sem nenhum estado é melhor que um mundo com estado, muito pelo contrário. Posso até imaginar outras formas de estado diferentes da atual, mas a ausência de qualquer forma de estado me parece perigosamente próxima da barbárie. Viver assim é interessante e divertido nos mundos virtuais dos MMORPG, mas na falta de poderes mágicos e habilidades extraordinárias com espadas e machados prefiro a estabilidade oferecida pelo estado. Na verdade não vejo com bons olhos nem mesmo o mundo sem Banco Central proposto pelos austríacos. Tenho apreço pelos valores morais ocidentais, mas não me agrada a idéia que tais valores sejam impostos pela lei. Serei um conservador?
Meu foco em temas econômicos me traz algum mal estar com a guerra permanente com o que vários conservadores chamam de marxismo cultural. Tenho dificuldade de entender porque a liberação da maconha é marxismo cultural e, ao mesmo tempo, qualquer restrição ao cigarro ou ao álcool também é marxismo cultural. Afinal o marxismo cultural está associado a proibição ou a liberação de drogas? Não entendo porque o livre mercado, por exigir alguma coordenação de leis entre países, pode abrir as portas ao temido governo mundial enquanto a Guerra às Drogas, que exige coordenação de leis e de ação policial entre países, não abre as portas para o mesmo governo mundial. Não me incomodo com novelas e outras peças de ficção que defendem valores diferentes dos meus, me incomoda muito a pobreza destas peças. Tal incomodo não deriva de algum tipo de moralismo, estando mais próximo ao que Vargas Llosa descreveu no seu livro A Civilização do Espetáculo. Simplesmente não tenho apego suficiente aos valores para me considerar um conservador, até porque os valores mudam, basta lembrar que no início do século XX proibir drogas, inclusive álcool, era uma política progressista. Não, definitivamente não sou um conservador.
Não sendo eu um libertário nem um conservador talvez eu simplesmente não me encaixe na nova direita, seria uma pena pois tenho muita simpatia por esta turma e acompanho com legítimo interesse tanto os conservadores, inclusive Olavo de Carvalho, quanto os libertários. Como definitivamente não me identifico com a velha direita nem muito menos com as esquerdas, não pertencer a nova direita me deixa como que sem turma, o que não chega a ser algo que me incomode. Talvez eu seja mesmo um liberal chato, como bem descreveu um colega de graduação que reencontrei no FB, pior, com o passar do tempo temo que esteja ficando cada vez mais chato do que liberal.
Sou a favor de várias causas libertárias mas dou bem menos ênfase a estas causas que a maioria dos libertários, por exemplo, não comemorei o juiz que "legalizou" a maconha por meio de uma nova interpretação da lei. Não estou convencido que um mundo sem nenhum estado é melhor que um mundo com estado, muito pelo contrário. Posso até imaginar outras formas de estado diferentes da atual, mas a ausência de qualquer forma de estado me parece perigosamente próxima da barbárie. Viver assim é interessante e divertido nos mundos virtuais dos MMORPG, mas na falta de poderes mágicos e habilidades extraordinárias com espadas e machados prefiro a estabilidade oferecida pelo estado. Na verdade não vejo com bons olhos nem mesmo o mundo sem Banco Central proposto pelos austríacos. Tenho apreço pelos valores morais ocidentais, mas não me agrada a idéia que tais valores sejam impostos pela lei. Serei um conservador?
Meu foco em temas econômicos me traz algum mal estar com a guerra permanente com o que vários conservadores chamam de marxismo cultural. Tenho dificuldade de entender porque a liberação da maconha é marxismo cultural e, ao mesmo tempo, qualquer restrição ao cigarro ou ao álcool também é marxismo cultural. Afinal o marxismo cultural está associado a proibição ou a liberação de drogas? Não entendo porque o livre mercado, por exigir alguma coordenação de leis entre países, pode abrir as portas ao temido governo mundial enquanto a Guerra às Drogas, que exige coordenação de leis e de ação policial entre países, não abre as portas para o mesmo governo mundial. Não me incomodo com novelas e outras peças de ficção que defendem valores diferentes dos meus, me incomoda muito a pobreza destas peças. Tal incomodo não deriva de algum tipo de moralismo, estando mais próximo ao que Vargas Llosa descreveu no seu livro A Civilização do Espetáculo. Simplesmente não tenho apego suficiente aos valores para me considerar um conservador, até porque os valores mudam, basta lembrar que no início do século XX proibir drogas, inclusive álcool, era uma política progressista. Não, definitivamente não sou um conservador.
Não sendo eu um libertário nem um conservador talvez eu simplesmente não me encaixe na nova direita, seria uma pena pois tenho muita simpatia por esta turma e acompanho com legítimo interesse tanto os conservadores, inclusive Olavo de Carvalho, quanto os libertários. Como definitivamente não me identifico com a velha direita nem muito menos com as esquerdas, não pertencer a nova direita me deixa como que sem turma, o que não chega a ser algo que me incomode. Talvez eu seja mesmo um liberal chato, como bem descreveu um colega de graduação que reencontrei no FB, pior, com o passar do tempo temo que esteja ficando cada vez mais chato do que liberal.