Ano passado escrevi um post comparando Brasil e Chile que chamei de "A História de Duas Cidades", hoje vi o WSJ falando a respeito de duas Américas Latinas ao comparar os países do Atlântico (destaque para Venezuela, Brasil e Argentina) com os países do Pacífico (destaque para México, Peru, Chile e Colômbia). O ponto é que enquanto os primeiros apostaram no protecionismo e no estado como indutor do crescimento os segundos seguiram o caminho de livre comércio e da abertura ao comércio exterior.
Pela reportagem do WSJ o grupo do Atlântico teve um melhor desempenho durante o boom das commodities mas este desempenho agora está ameaçado enquanto o grupo do Pacífico apresenta melhores perspectivas. Foi o que tentei argumentar no meu post, para garantir o crescimento no longo prazo, sem depender muito dos humores do mercado internacional, é preciso adotar uma agenda de reformas que tornem a economia do país capaz de competir com as economias dos países desenvolvidos. Esta é a realidade que precisa ser enfrentada. Usar de incentivos do BNDES, aumentar o protecionismo e manipular câmbio não resolvem o problema e, se estas políticas podem ter algum efeito positivo de curto prazo, no longo prazo adiam as reformas necessárias e condenam a economia a taxas medíocres de crescimento. Recentemente Gustavo Franco, um dos "pais do Real" foi taxativo ao afirmar que o Real funcionou porque os que estavam a frente do Plano decidiram atacar o problema de frente, para resolver o problema do crescimento precisamos do mesmo tipo de determinação que permitiu o fim da inflação descontrolada. Curiosamente este final de semana FHC, o político que mais apostou no Real, pediu pelo retorno da agenda de reformas como forma levar o Brasil ao crescimento de longo prazo.
Bem, os caminhos estão colocados. Atlântico ou Pacífico? Reformas ou saídas mágicas? Atacar a crise real ou continuar apostando em maquiagens? Façam suas apostas. Eu estou entre os que acreditam que sem reformas focadas na melhoria do ambiente de negócios, ampliação da infraestrutura e melhoria da educação nenhuma política macroeconômica levará o Brasil ao almejado crescimento de longo prazo e, na medida do possível, independente dos humores dos mercado externos. Na ausência de reformas o máximo que as políticas macroeconômicas podem fazer é garantir a estabilidade e para isto o ideal seria retomar o tripé da época de FHC/Lula posto que este já mostrou que funciona.
domingo, 5 de janeiro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário