O FMI liberou a nova versão da base de dados World Economic
Outlook (link aqui) com informações de 191 países atualizadas em abril de 2016.
Vários posts do blog foram feitos a partir desta base de dados. Nestes últimos
dias estou meio correndo e sem tempo para atualizar o blog, entretanto arrumei
um tempinho para refazer um post de novembro do ano passado sobre crescimento
econômico no Brasil e no mundo que tinha sido feito usando a versão anterior da
base de dados (link para o post aqui). Naquele post eu relatei que apenas 18
países teriam crescimento negativo em 2015 e destes apenas 10 cresceriam menos
que o Brasil. Refazendo o exercício com os dados para 2016 o Brasil fica em uma
posição ainda pior. São 17 países com crescimento negativo e apenas 5 com
desempenho pior que o Brasil. A figura abaixo mostra o crescimento em todos os
países da amostra.
Na nova versão da base de dados ficamos melhores que o
Equador, uma das repúblicas bolivarianas de nuestra América; Macao, uma região
administrativa especial da China; Guiné Equatorial, uma das tiranias mais antigas
e cruéis do mundo; Sudão do Sul, um jovem país que foi aceito na ONU em 2011 e
ainda está se estruturando e se recuperando da guerra civil que levou a criação
do país; e a Venezuela, pátria mãe do bolivarianismo, farol do socialismo do
século XXI e, segundo Bresser-Pereira, um caso exemplar de aplicação de
políticas desenvolvimentista (link aqui). A figura abaixo mostra todos os
países que devem crescer menos que o Brasil em 2016.
Reparem que a Grécia, no post estava logo acima do Brasil,
deve ter uma queda bem menor que a nossa em 2016. Mais impressionante é a
Rússia, que mesmo com todos os problemas e sanções internacionais está prevista
para ter um desempenho melhor que o Brasil. O que dizer da Líbia? Nem uma
guerra civil causa tantos estragos no crescimento quanto a política econômica que
tivemos nos últimos anos. Por fim um destaque para a Argentina, o país entrou no
grupo do crescimento previsto negativo, é uma pena, mas não chega a ser uma
surpresa. Os ajustes que Macri está fazendo são duros, não bastasse isso até
ano passado os dados argentinos eram peça de ficção, pelo que sei Macri está
tentando oferecer dados confiáveis. De toda forma a Argentina está enfrentando
o inevitável custo de curto prazo para retomar o crescimento de longo prazo.
Aqui é pior, entre inflação e recessão escolhemos inflação e
ficamos com as duas... entre pagar o custo de ajustes e reformas e continuar
colocando dinheiro do contribuinte em estímulos escolhemos a segunda opção e
ficamos sem reformas, sem estímulos e sem dinheiro. O ajuste ainda nem começou,
as reformas ainda nem começaram e já estamos pagando um preço maior que os
argentinos. Pelo menos parece que não vamos nos enterrar tanto quanto o Equador
de Rafael Correa e a Venezuela de Chávez e Maduro.