Na primeira comparação entre os países da Aliança do
Pacífico e do Mercosul vimos que os países da Aliança do Pacífico tiveram
maiores taxas de crescimento (link aqui). Na segunda comparação vimos que os
países do Mercosul estão mais endividados (link aqui). Nesse post a variável em
foco será a taxa de investimento. Muitos países fazem políticas econômicas
voltadas para aumentar a taxa de investimento pois entendem, com um bocado de
razão, que essa taxa é a chave para uma renda per capita mais alta no futuro.
Mais investimento significa mais capital no futuro e mais capital aumenta a
possibilidade de produção e a produtividade do trabalho. Aqui no Brasil, desde
2006 o governo passou a usar intensivamente bancos públicos, especialmente o
BNDES, como forma de estimular o investimento (link aqui), a estratégia não deu
certo e acabou sendo a principal responsável pela atual crise fiscal que
estamos enfrentando. Assim como nos posts anteriores a análise exclui o
Paraguai e foi feita com os dados do FMI (link aqui).
A figura abaixo mostra a relação entre taxa de investimento
e PIB per capita nos países do Mercosul e nos países da Aliança do Pacífico, os
países do Mercosul estão em verde e os países da Aliança do Pacífico em
laranja, os anos são representados pelos símbolos nos pontos. Repare que os países
da Aliança do Pacífico estão concentrados na parte acima da linha, enquanto os países
do Mercosul estão mais presentes na parte abaixo da linha. Isso significa que,
dado o PIB per capita, os países da Aliança do Pacífico investem mais como proporção
do PIB do que os países do Mercosul. Em 2013 (bolinhas) e 2014 (triângulos)
ainda aparecem países do Mercosul acima da linha, em 2015 (quadrados) e 2016
(sinais de soma) apenas países da Aliança do Pacífico aparecem acima da linha,
em qualquer ano apenas países da Aliança do Pacífico aparecem com taxas de
investimento superiores a 24%. Vale registrar que nenhum país da Aliança do
Pacífico possui um banco de desenvolvimento do porte do BNDES, talvez existam
estratégias mais eficientes (e mais baratas!) para incentivar o investimento do
que usar o dinheiro dos pagadores de impostos para fazer empréstimos subsidiados
a empresários amigos.
Seguindo o padrão dos posts anteriores a figura abaixo
mostra o “boxplot” das distribuições da taxa de investimento nos dois países. A
diferença é ainda mais marcante do que no caso da dívida pública. Em geral os
países do Mercosul investem menos do que os países da Aliança do Pacífico.
No terceiro post da série o cenário já está ficando
desolador para os países do Mercosul. Nosso grupo investe menos, está mais
endividado e cresce menos que os países da Aliança do Pacífico. Fica cada vez
mais claro que escolhemos políticas ruins para a economia, se serve algum
consolo podemos sempre trocar tais políticas.
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