sábado, 20 de julho de 2013

Crescimento do PIB brasileiro, preços e PWT 8.0 ou a ingratidão brasileira com as commodities.

Como o Brasil é um grande produtor de commodities a forte elevação nos preços destas mercadorias que marcou o começo do século XXI certamente afetou a economia brasileira. Pouca gente discorda disto, a questão é saber se o tamanho deste efeito e como a esta elevação de preços se espalha para economia. Apesar do efeito direto do aumento dos preços das commodities claramente aumentar o PIB é comum ler na imprensa textos de economistas reclamando deste fenômeno.

Existem duas reclamações básicas. A primeira trata do efeito inflacionário do aumento dos preços das commodities. É um argumento que não me impressiona, como os preços locais são medidos em reais é a política monetária brasileira que vai determinar a inflação no Brasil. O aumento de um conjunto de preços só vai se tornar inflação se a política monetária assim permitir. Isto significa que choques de oferta não afetam a inflação? Não. Em termos teóricos choques de oferta estão relacionados a deslocamentos da oferta agregada, por exemplo, uma contração da oferta agregada reduz a renda da economia, se a oferta de moeda permanecer constante então haverá um aumento do nível geral de preços. Note que falei um aumento do nível geral de preços e não do aumento de preços específicos. Não seria este o caso do aumento dos preços das commodities? Não, pelo contrário. Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil. Se o Banco Central não fizer haverá mais renda haverá mais renda para o mesmo tanto de moeda e, portanto, deverá ocorrer uma redução no nível geral de preços.

O outro argumento diz respeito a uma tal doença holandesa. A ideia é que por aumentar o valor das exportações o aumento dos preços das commodities traz mais dólares ao Brasil levando a uma valorização do real. Esta valorização do real tornaria as importações mais baratas e teria um efeito negativo sobre a indústria local. Desta forma a elevação dos preços das commodities levaria a uma desindustrialização no longo prazo. Este é outro argumento que não me comove. A renda extra obtida com a venda das commodities poderia inclusive ser usada para investir na indústria, se insto não acontece é porque a indústria não gera retornos suficientes para atrair estes investimentos. Não estou convencido que este não investimento na indústria é um problema (voltarei a este assunto no futuro). Se for a solução não passa por mudar a realidade por meio de mágicas cambiais, a solução passa por aumentar a produtividade da indústria por meio de redução da burocracia, aumento do capital humano e melhora da infraestrutura. Estas medidas teriam o efeito extra de melhorar a produtividade de toda a economia.

Afastados as duas objeções mais comuns ao aumento dos preços das commodities voltemos à tentativa de medir os efeitos deste aumento sobre o PIB. São dois tipos de efeito de natureza diferente. O primeiro é direto: o aumento dos preços aumenta o valor do que é produzido, como o PIB é a soma do valor de tudo que é produzido ocorre um aumento do PIB. O outro efeito é indireto: o aumento da quantidade produzida em decorrência do aumento do preço. Para deixar simples vou dar um exemplo. Suponha um agricultor que planta, colhe e vende maçãs em sua própria terra. O “PIB” deste agricultor é o valor das maçãs. Se as maçãs ficam mais caras o “PIB” deste agricultor aumenta, este é o primeiro efeito, mas com as maçãs mais caras é possível que o agricultor resolva produzir mais maçãs (ele pode abrir mão de parte de seu descanso para produzir mais ou mesmo contratar um ajudante), este é os segundo efeito.

A nova versão da Penn World Table (uma famosa base de dados internacional) apresenta o PIB deflacionado tanto pelo lado da despesa (que sempre esteve na base) e o PIB deflacionado pelo lado da oferta (que tinha saído, mas agora voltou). É uma demanda antiga de quem trabalha com crescimento. Com estes dois números é possível medir o primeiro efeito que falei acima. Para isto basta comparar o PIB deflacionado pela ótica das despesas (levando em conta os bens e serviços consumidos no país) com o PIB deflacionado pela ótica da oferta (levando em conta os bens produzidos pelo país). A diferença entre o PIB deflacionado pelos preços do que consumimos e o PIB deflacionado pela ótima do que produzimos é uma medida do aumento do PIB causado diretamente pelo aumento dos preços do que é produzido no país. Dito de forma mais técnica a diferença representa os ganhos causados pela melhora nos termos de troca.



A figura mostra esta diferença. A linha azul é o índice do PIB deflacionado pelos preços do que consumimos e a linha vermelha mostra o índice do PIB deflacionado pelos preços do que produzimos. Note que pela linha azul ocorre uma inflexão em 2005, mas pela linha vermelha esta inflexão não ocorre. Esta inflexão costuma ser creditada ao PAC e outras medidas do governo Lula, mas pelos dados ela é quase que totalmente explicada por mudanças nos preços do que produzimos. Desta forma se alguém quiser explicar o crescimento no Brasil pós 2005 é melhor olhar para os preços das commodities do que para as medidas do governo brasileiro. Em termos de número a taxa de crescimento média da economia brasileira cai de 3,4% ao ano para 2,6% ao ano se for retirado o efeito direto dos preços. Até mesmo o espetacular crescimento de 7,1% em 2010 cai para bem mais modestos 4,5% se for considerada a variação nos preços do que produzimos.


Lembre-se disto da próxima vez que ouvir que o aumento dos preços das commodities é um problema, principalmente se quem estiver falando for alguém ligado ao governo.

P.S. Tenho planos de expandir esta análise para toda a América Latina a partir dos anos 1990. Se algum aluno de mestrado da UnB ficar interessado favor me procurar.

22 comentários:

  1. Basics :

    - qual o PIB divulgado regularnente, deflacionado pelo quê?

    - se apenas o preço do bem produzido aumenta, o PIB deflacionado não deveria ficar constante?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Basics 1:

      O PIB divulgado regularmente é o PIB nominal e consiste na soma do valor (preço X quantidade) de tudo que foi produzido para uso final. Órgão de imprensa e analistas que precisam avaliar rapidamente a variação real do PIB usam índices de preços disponíveis. Por considerar apenas cestas específicas estes índices de preços não são adequados para deflacionar o PIB, mas é o preço a se pagar para fazer uma avaliação rápida.

      Com mais tempo é possível usar o deflator implícito do PIB. Este considera a variação dos preços de tudo que foi produzido e pondera de acordo com a composição do PIB. É o deflator ideal para estudar a evolução do PIB real. Infelizmente o IBGE não disponibiliza séries de PIB metodologicamente consistentes deflacionadas pelo lado da despesa (C+I+G+X-M) e pelo lado da produção para depois comparar.

      Basics 2:

      Em teoria sim. Mas como disse o índice de preço utilizado para deflacionar o PIB não necessariamente considera tudo o que foi produzido com a ponderação consistente a do PIB. Basta que um preço importante para produção (e.g. petróleo) não esteja devidamente avaliado e ponderado no deflator que o problema aparece. No mundo perfeito o deflator implícito do PIB teria esta propriedade, mas o mundo não é perfeito e mesmo o deflator implícito do PIB tem seus problemas.

      Excluir
  2. Olá,

    Fiquei com dúvida nessa parte.

    "Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil. Se o Banco Central não fizer haverá mais renda para o mesmo tanto de moeda e, portanto, deverá ocorrer uma redução no nível geral de preços."

    O aumento no preço das commodities é diferente do aumento no nível geral de preços, logo não ocorreria um aumento dos preços na curva de oferta?

    Caso a resposta da pergunta acima seja sim, não consegui entender como o aumento do preços das commodities causa um deslocamento da curva de oferta.

    Seria possível uma explicação mais detalhada?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O termo equivale não foi feliz, o apropriado seria ter dito que o aumento dos preços das commodities leva a um deslocamento da oferta agregada. Isto acontece porque o Brasil é um grande produtor e exportador de commodities. É um processo semelhante ao que ocorre em um país exportador de petróleo quando o preço do petróleo aumenta. Com os mesmos recursos de capital e trabalho a economia fica mais rica. A maneira de representar isto em um gráfico de oferta e demanda agregada é deslocar a oferta agregada.

      Excluir
  3. Caro Roberto,

    "Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil. Se o Banco Central não fizer haverá mais renda haverá mais renda para o mesmo tanto de moeda e, portanto, deverá ocorrer uma redução no nível geral de preços."

    Um aumento dos preços das commodities em dólares significa que para a mesma quantidade produzida, um produtor brasileiro consegue vendê-la por um preço maior no mercado internacional, ceteris paribus, portanto isso caracteriza um choque positivo de demanda, e não um choque positivo de oferta. Eu não consigo ver como um aumento dos preços das commodities seria equivalente a um choque positivo de oferta.
    Att
    Victor Carvalho

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Victor,

      É um choque de demanda nos setores que produzem commodities, mas em termos agregados a história é diferente. Um aumento dos termos de troca significa que com a mesma quantidade de capital e de trabalho o país tem acesso a mais bens e serviços. A maneira de presentar isto do plano nível geral de preços e produto é deslocando a oferta para esquerda. Na prática o aumento de termos de trocas equivale a um aumento da PTF, aliás esta é uma das principais críticas que os que usam PTF para explicar PIB na América Latina costumam enfrentar. Como saber se é uma mudança na PTF ou uma mudança nos termos de trocas? Com a nova PWT será possível abordar esta questão de forma mais adequada. Pelo gráfico do posto parece que no Brasil a PTF subiu menos do que pensávamos, mas isto é outra história.

      Excluir
    2. Caro Roberto,
      Acho que não entendi nada então, achei que vc tivesse afirmado que um aumento dos preços internacionais das commmodities seria caracterizado como um choque de oferta positivo (maior crescimento do produto e redução do nível de preços, ou seja um deslocamento da curva de oferta agregada de curto prazo para a direita). A parte destacada abaixo seria quando o senhor confirma a minha interpretação.
      "Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil. Se o Banco Central não fizer haverá mais renda haverá mais renda para o mesmo tanto de moeda e, portanto, deverá ocorrer uma redução no nível geral de preços."
      Porém, agora o senhor está afirmando que um aumento dos preços internacionais das commodities seria um choque de oferta negativo (deslocamento da curva de oferta agregada para a esquerda, reduzindo o crescimento do produto e aumentando o nível de preços).
      Outra parte que eu acho que ficou confuso foi quando vc tenta explicar pq isso seria um choque de oferta, nessa parte eu acho que o senhor confunde curva de oferta agregada de curto prazo (OACP) com a curva de oferta agregada de longo prazo (OALP - produto potencial), a OALP é explicada pela quantidade de trabalho e capital de um país, entretanto para explicarmos flutuações de curto prazo o ideal seria pensarmos na OACP, que é melhor explicada se pensarmos nas rigidezes nominais existentes na economia (salário, preços, informações, etc...).
      O paper do Bank of Canada explicando o ToTEM (Terms-of-Trade Economic Model), que seria o equivalente ao SAMBA do BACEN, apresenta de forma clara qual seria o efeito de um aumento dos preços internacionais das commodities numa economia exportadora líquida de commodities. O ToTEM indica que um aumento dos preços internacionais das commodities seria no curto prazo um choque positivo de demanda, fazendo com que ocorra uma aceleração da inflação e do produto no curto prazo. Já no médio prazo, o efeito do choque de demanda, causado pelo aumento dos termos de troca, seria praticamente anulado pelo BC, mas ocorreria um maior crescimento do produto real da economia que seria causado por um maior crescimento do produto potencial (deslocamento para direita da OALP), sendo essa maior expansão do produto potencial explicada pelo maior estoque de capital na economia. Segue a conclusão do paper sobre o efeito desse choque no produto potencial:
      “Thus, a persistent rise in the terms of trade in ToTEM generates a small, but sustained, increase in potential output.”

      Excluir
    3. Não tinha como entender, eu escrevi esquerda quando deveria ter escrito direita. A frase correta é: "A maneira de presentar isto do plano nível geral de preços e produto é deslocando a oferta para direita."

      Não está ocorrendo nenhuma confusão. Talvez a melhor maneira de pensar o argumento seja considerar uma oferta agregada na forma: Y = Ybar + a(P - P^e), onde Ybar é o total produzido quando os agentes tem previsão perfeita (se por conta de informação perfeita, preços flexíveis ou outra explicação não importa aqui). É o que você está chamando de oferta de longo prazo mas eu prefiro chamar de oferta quando P = P^e ou quando todos os preços são flexíveis. A melhora dos termos de troca aumenta Ybar e desloca a oferta agregada para direita (para um dado P, nível de preços internos, os produtores desejam produzir mais). Uma maneira de pensar isto é considerar o modelo das ilhas de Lucas e imaginar que o preço relativo aumentou fazendo com que as famílias demandem menos lazer.
      Conheço a argumento que deve estar no paper do Bank of Canada, embora não tenho certeza que estamos falando do mesmo paper. É basicamente o argumento que o nosso BC tentou usar para justificar a inflação acima da meta. Meu ponto é exatamente dizer que este argumento não se aplica, claro que ninguém é obrigado a concordar comigo. Mas lembre que o aumento do preços das commodities durou 10 anos, se alguém quer considerar 10 anos como curtíssimo prazo não posso fazer nada mas não me convence.
      No final a conclusão que você colocou: “Thus, a persistent rise in the terms of trade in ToTEM generates a small, but sustained, increase in potential output.” É exatamente o que eu disse no post: "Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil." (2o. paragrafo). Afinal creio que ninguém discorde que uma expansão no produto potencial equivale a um deslocamento para direita da oferta agregada.

      Excluir
    4. A fonte do paper - http://www.bankofcanada.ca/wp-content/uploads/2010/01/tr97.pdf - , na conclusão do paper sobre choques de termos de troca eu queria mostrar que o efeito na oferta agregada não é imediato e sim que demora alguns anos para se materializar e que seus efeitos são pequenos, e o seu argumento utilizado no post é de que um aumento dos preços internacionais das commodities seria equivalente a um choque de oferta agregada no curto prazo, no ano do choque. Por isso que é importante separar as curvas de oferta de curto e longo prazo. A curva de oferta de longo prazo que estou falando é equivalente a curva de oferta que existiria caso não houvesse rigidezes nominais na economia (vertical), indicando que não há trade-off permanente entre inflação e produto.
      "Afinal creio que ninguém discorde que uma expansão no produto potencial equivale a um deslocamento para direita da oferta agregada."
      Não discordo que deslocaria para a direita a curva de oferta agregada de curto prazo, porém uma expansão do produto potencial deslocaria para direita ambas curvas, tanto de demanda agregada quanto de oferta agregada de curto prazo.


      Excluir
    5. Onde falei de curto prazo? Fiz uma análise para um período de mais de dez anos, os preços das commodities começaram a subir no início deste século e estamos em 2013. Coloquei um gráfico de 2003 a 2011. Isto é curto prazo? No texto inteiro a palavra curto não aparace nenhuma vez e a palavra prazo só aparece uma vez em referência a doença holandesa.

      Dito isto sigo adiante. A curva de oferta de curto prazo mais simples que é relevante para o argumento é a que coloquei em algum comentário acima: Y = Ybar + a(P - P^e). Note que esta curva é afetada por Ybar, que é a oferta de longo prazo a que você se refere. Uma interpretação possível para Ybar é o produto que ocorre quando todos os preços são flexíveis. Uma oferta agregada horizontal (imagino que seja o que você está pensando quando fala de curto prazo, não tenho certeza se é) só faz sentido em prazos muito curtos (não usaria em prazos maiores que uma semana ou, vá lá, um mês), definitivamente não é o caso. Até porque, convenhamos, é difícil falar de inflação supondo que todos os preços são fixos.

      No fundo o que estou dizendo é muito simples. O aumento dos termos de troca torna o produto local mais valioso. Isto faz com que as pessoas estejam mais dispostas a trabalhar (note que nem preciso usar capital no meu argumento) o que aumenta o produto da economia ao mesmo nível geral de preços. Dado que existe mais produto se não ocorrer variação na oferta de moeda é de se esperar uma redução do nível geral de preços. Não fiz nenhuma referência direta a demanda agregada(fiz uma referência indireta via política monetária) porque é irrelevante para o argumento.

      Excluir
    6. O porquê de eu ter achado que vc estivesse falando do curto prazo (foi a minha interpretação, que pelo visto foi errada):
      "Como o Brasil é um grande produtor de commodities o aumento dos preços destas mercadorias equivale a uma expansão da oferta agregada no Brasil. Se o Banco Central não fizer haverá mais renda haverá mais renda para o mesmo tanto de moeda e, portanto, deverá ocorrer uma redução no nível geral de preços."
      Nessa parte vc afirma que a oferta de moeda ficará constante, daí eu imaginei que vc estivesse falando do curto prazo pq se fosseuma análise de médio a longo prazo, teríamos que analisar de forma dinâmica, e com certeza o BACEN iria reagir a esse choque.

      "Dito isto sigo adiante. A curva de oferta de curto prazo mais simples que é relevante para o argumento é a que coloquei em algum comentário acima: Y = Ybar + a(P - P^e). "
      Sim, a curva de oferta agregada de curto prazo que eu estava pensando é semelhante a sua, a única diferença era q eu tava pensando em inflação em vez de nível de preços ( Y = Ybar + a(pi - pi^e) ), essa curva de oferta agregada de curto prazo seria positivamente inclinada (eixo vertical inflação e horizontal produto).
      "O aumento dos termos de troca torna o produto local mais valioso. Isto faz com que as pessoas estejam mais dispostas a trabalhar (note que nem preciso usar capital no meu argumento) o que aumenta o produto da economia ao mesmo nível geral de preços."
      O que eu acho díficil de entender é essa parte, se o produto se torna mais valioso ($$$) isso significa que ocorreu um aumento do seu preço, ou seja seria uma deslocamento da curva de demanda e esse efeito seria um movimento ao longo da curva de oferta.
      "Dado que existe mais produto se não ocorrer variação na oferta de moeda é de se esperar uma redução do nível geral de preços."
      Novamente aqui vc coloca como premissa que não ocorra variação da oferta de moeda, o que na minha opinião, me leva a crer que vc esteja falando de curto prazo.
      "Não fiz nenhuma referência direta a demanda agregada(fiz uma referência indireta via política monetária) porque é irrelevante para o argumento."
      Eu acho que para explicar flutuações na economia é sempre relevante explicar o que está acontecendo com a demanda agregada e a oferta agregada de curto prazo, não podemos ignorar a demanda.
      Bom eu queria entender melhor a sua posição nessa argumentação, e obtive as suas respostas, fico agradecido por ter gasto o seu tempo me respondendo, ainda mais que os textos eram grandes (hehehe). Não concordei no final com a sua posição, mas claro que eu posso estar errado.
      Obrigado pelas respostas.
      Att
      Victor Carvalho

      Excluir
    7. Sem problemas, o post foi feito para provocar trocas de ideias como esta. Abraço.

      Excluir
  4. Um bom livro de macroeconomia que cobre esses detalhes todos pode ser descarregado aqui:

    http://www.degregorio.cl/pdf/Macroeconomia.pdf

    O único "mas" é que está escrito em espanhol, embora isso não seja um empecilho para o leitor culto e treinado em economia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Num nível mais avançado essas notas do Andy Neumeyer com certeza também merecem a pena:

      https://7d1342a6-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/utdtemi/Economia%20Monetaria%20Internacional.pdf?attachauth=ANoY7coQusKP1rXVBJkw_CEU1dusBLSSJicn7QojI50FRNc8Jr2ioWgnyyT10ZDnpu3QRX9OolgwjJ8cYE9vAfR9472LtSPAaeRBw99DS0M6LLA2FmJ8p3Y3vnkNWJj6_odIfg5qfZgjV2xsQMm_sbEaG53dctTOLJ4ic6SSVaF8UWQgiRENylPWKuOQLmDcpHiqgzMC4KLQqecl4-9nHXCsbWtD6ctDtDsMX70kjFPSPCH2uT-Mf3g%3D&attredirects=0

      Excluir
  5. Essa metodologia não isola exatamente os efeitos dos preços, isola?

    Durante os anos em que os preços foram aumentando, provavelmente houve transferência de recursos dos setores trabables que importamos para os tradables que exportamos (nos untradables o efeito não é claro pra mim), fazendo com que a diferença entre o que produzimos e o que consumimos aumentasse, aumentando a diferença entre essas curvas.

    Ou tem algo que não estou vendo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Por isto não tinha achado o comentário, estava aqui. Não isola, você está certo. Foi o que chamei de segundo efeito, o aumento na produção induzido pelo aumento de preço, talvez eu não tenha explorado o suficiente no post mas certamente é relevante.

      Excluir
  6. Roberto, na construção do gráfico houve algum tratamento dos dados ou apenas foi retirado da PWT 8.0 e transformado em número indice?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sem tratamento, só peguei e fiz o índice. Pretendo estudar melhor estas séries e escrever algo mais profundo a respeito, mas estou sem tempo.

      Excluir
  7. Prezado Roberto Ellery,
    Estou estudando o gap entre o PIB real pelo lado da despesa e o PIB real pelo lado do produto.
    Você poderia por gentileza esclarecer o porquê do ano base utilizado por você ser 2003?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nenhum motivo mais profundo. Quis pegar o boom das commodities que começou por aí e 2003 foi ano de começo de governo. Quando tiver tempo eu pretendo fazer algo mais cuidadoso e um período maior. Quando tiver algum resultado me avisa, é um tema que me interessa muito.

      Excluir
    2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

      Excluir