quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

IPCA de 2016 fica dentro da meta e deixa claro o efeito da mudança na equipe econômica.

A inflação medida pelo IPCA terminou o ano dentro do intervalo da meta (link aqui), mesmo sabendo que nossa meta é alta e que uma inflação de 6,29% ainda é muito alta temos motivos para comemorar, afinal, contrariando as expectativas do mercado e minhas, o Banco Central conseguiu que a inflação ficasse abaixo do teto da meta ainda em 2016. Ilan Goldfajn tomou posse como presidente do Banco Central em nove de junho indicado por um governo que só saiu da condição de interino em trinta e um de agosto. A figura abaixo mostra como a chegada de Goldfajn e equipe mudou a trajetória da inflação.




Na figura estão os valores do IPCA de cada mês nos anos de 2011 a 2016. Repare que em todos os anos de 2011 a 2015 o IPCA cai até a metade do ano e sobe a partir deste período, o padrão está relacionado a sazonalidade de alguns preços e não é um problema em si. Tivesse o IPCA de 2016 seguido este padrão a inflação teria terminado o ano acima do teto da meta, talvez não tão alta quanto os 10,6% de 2015, mas superior a 7% como estava previsto no Relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Porém, com a mudança nas expectativas por conta do governo e da chegada de uma nova equipe no Banco Central, foi possível fazer com que a inflação mudasse de trajetória de forma que, ao contrário de todos os outros anos entre 2011 e 2015, o IPCA não começou uma trajetória de alta depois do meio do ano. A figura abaixo mostra o comportamento do IPCA em 2016 e a média das medidas mensais do IPCA entre 2011 e 2015.




A mudança de comportamento fica clara. De fato, a partir de setembro de 2016, com o novo governo já sem a condição de interino, o IPCA ficou bem abaixo da média dos anos anteriores em todos os meses. Cabe ressaltar que essa mudança de trajetória da inflação, junto com as medidas fiscais que a Fazenda está tomando, possibilitou a redução da taxa de juros sem ocorrer um desastre semelhante ao do passado recente. Na condição de pessimista inveterado, enquanto houver inflação vou continuar reclamando e cobrando do Banco central que a mantenha controlada. Porém, se tinha alguém perguntando se alguma coisa melhorou depois da saída de Dilma, está aí uma resposta.

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