Apresentação
Flávio Ataliba Barreto
O início dos debates do grupo coincide, entretanto, com o aprofundamento da crise econômica no Brasil, iniciada já em 2014 e que se agrava com o impeachment da Presidente Dilma em 2016, tendo consequência até os dias atuais. É nesse ambiente de incertezas econômicas e instabilidade política que os Economistas do Brasil intensificaram as discussões, procurando levantar e compartilhar diagnósticos dos problemas, assim como apontar possíveis soluções. Evidentemente, mesmo que o grupo seja formado majoritariamente por economistas com forte formação em teoria econômica e ótimo domínio das ferramentas de análises quantitativas, muitas vezes, durante os debates internos, observou-se entendimentos um pouco diferentes sobre certas questões, isso fruto da própria complexidade dos fenômenos econômicos e sociais envolvidos nas discussões.
Por outro lado, a riqueza dos debates realizados gerou também grandes convergências na compreensão das principais causas dos diversos problemas e possíveis soluções, como a necessidade de se dar sustentabilidade às contas públicas. Isso de alguma forma contagiou a todos no sentido que se mostrou viável redigir um documento condensando as ideias debatidas. O primeiro passo foi a realização de um seminário de dois dias que ocorreu no final de janeiro de 2018, no Rio de Janeiro, em que mais de 70 economistas reunidos, discutiram de forma mais detalhada vários temas como a questão tributária, mercado de trabalho, previdência, comércio exterior, entre outros, que estão apresentados nessa carta, intitulada Carta Brasil.
A partir desse seminário, foi iniciada a elaboração desse documento em que se procurou condensar o pensamento médio do grupo nos diversos temas. Conscientes de que o debate sobre a sucessão presidencial nas eleições de 2018 iria colocar em discussão várias dessas questões o objetivo inicial foi ainda mais fortalecido no sentido de querer apresentar ao próximo Presidente eleito um conjunto de ideias concatenadas que possam ajudar o Brasil a superar os tempos difíceis presentes e futuros.
A Carta Brasil constitui-se assim do esforço de cada um, seja de forma direta escrevendo os textos, ou indiretamente através de opiniões e comentários durante os debates no grupo. Este documento não tem a pretensão de querer representar de forma fidedigna a opinião de cada um, o que é mesmo impossível, mas colocar em grande relevo as diretrizes gerais de um pensamento o mais próximo da ideia comum daqueles que o subscrevem. De fato, o mais importante de todo esse processo, materializado agora nessa Carta, é o desejo de colaborar e oferecer de forma honesta e desapaixonada ideias que possam efetivamente contribuir para o progresso do país e a melhoria de vida do povo brasileiro.
Parabéns pela iniciativa!
ResponderExcluirA reflexão mais racional sobre desafios e soluções deve alcançar e inspirar a sociedade.
Li o documento, mas discordo totalmente com a manutenção do sistema de cotas para ingresso nas universidades. Já está bem claro a destruição que isso causou nos cursos de exatas.
ResponderExcluirSugiro que se faça uma reflexão sobre a conveniência em manter mais de 64 universidades públicas ( tantos as universidades quanto os institutos ). Um sistema de transição em que o governo reduza os gastos com tais centros educacionais, mas que eles consigam se manter atraindo a iniciativa privada ganhando dinheiro com pesquisa e desenvolvimento de produtos como é feito nos EUA e que cada universidade crie um fundo próprio para auxiliar nos gastos com custeio. O governo federal deveria entrar de sola no ensino médio e para ontem. Como vivemos em uma sociedade que clama por títulos e não prima muito pelo saber, gostaria de ver se esses mestres e doutores das federais são tudo que são mesmo- ainda mais- em um sistema que luta por recursos para a sua própria subsistência e não espera por uma intervenção governamental vide Estados Unidos.