sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sobre Médicos Cubanos e a Solução do Problema da Indústria Nacional

Acompanhando o caso da importação de médicos cubanos tive uma ideia que solucionará o problema da indústria no Brasil. Como já comentei em outros posts a participação da indústria no PIB tem caído desde pelos menos a década de 1980, isto preocupa alguns colegas economistas que acreditam que sem uma grande participação da indústria no PIB o país está fadado ao atraso. Não concordo com a tese destes economistas, quem companha o blog já deve ter percebido, mas não sou do tipo que se recusa a ajudar.

Segundo estes economistas que estão preocupados com a indústria, também chamados de desenvolvimentistas ou até novos-mercantilistas, nossa indústria não consegue competir com a do resto do mundo porque os custos em dólares de nossas indústrias são muito altos, em particular o custo do trabalho. Como reduzir salários é uma coisa difícil e, ainda segundo os desenvolvimentistas, para aumentar a produtividade é preciso ter muita indústria, o Brasil está em uma armadilha: a produtividade é baixa porque não temos indústria e não temos indústria porque a produtividade é baixa para nossos salários.

Para quebrar este ciclo perverso, vários desenvolvimentistas defendem uma desvalorização do real. Entre os defensores da desvalorização estão ninguém menos do que a presidente Dilma, o seu adversário nas últimas eleições José Serra, pelo menos dois ministros: Mantega e Pimentel além de ex-ministros que hoje são conselheiros da presidente, entre eles: Bresser, Delfim e Belluzo. Entretanto quando enfim a desvalorização chegou a maioria destes senhores se esqueceu de vir a público defendê-la, sem seus campeões a desvalorização está sendo combatida pelo Banco Central e corre o risco do câmbio não chegar no nível necessário para salvar a indústria

Caso o câmbio não chegue aos R$ 2,60 desejados pelo ministroMantega não há motivo para nossos amigos desenvolvimentistas saírem de seus esconderijos e voltarem aos jornais para pedir a desvalorização do câmbio. Seguindo meu plano vamos competir com a China sem desvalorizar o câmbio. Normalmente cobraria uma pequena fortuna para revelar minha ideia, mas como sou um patriota farei sem cobrar nada nas linhas abaixo.

Primeiro a FIESP faz um campanha em rádios, jornais e TVs dizendo que os trabalhadores brasileiros não querem trabalhar pelo salário ou nas condições oferecidas pela nossa gloriosa indústria. Nesta fase é importante frisar que poderíamos aumentar muito a produção industrial se trabalhadores que aceitassem salários menores para trabalhar em plantas no interior pudessem ser contratados. Uma vez propagandeada esta ideia a indústria abriria um fila para trabalhadores que queiram trabalhar no interior em condições precárias e ganhando menos que os atuais empregados da indústria. Quando ninguém aparecer para fila é hora de dar o bote. Os representantes da indústria anunciam um contrato com uma agência de recrutamento internacional que entrará em contato com governos mundo afora que estejam dispostos a mandar trabalhadores para o Brasil. É importante que os governos dos países escolhidos sejam democráticos e populares com tradição de liberdades políticas e respeito aos direitos humanos, desta forma os trabalhadores que vierem podem ficar tranquilos sabendo que se saírem do programa seus parentes estarão bem. Coréia do Norte e Cuba seriam exemplos de possíveis candidatos. Afinal para o programa dar certo é fundamental que os trabalhadores importados não participem do mercado de trabalho nacional.

Se alguém perguntar sobre salários ou direitos trabalhistas dos empregados o contratante informa que isto não é problema dele. Tais perguntas devem ser feitas a agência que fez o tráfico a intermediação dos trabalhadores que por sua vez remeterá a questão ao país de origem dos trabalhadores. Na segurança deste país os familiares dos trabalhadores, devidamente acompanhados por seguranças bem armados, vão dar depoimentos a respeito de como seus parentes estão felizes vivendo como escravos trabalhadores da indústria brasileira. Com uma simples intermediação resolvemos o problema da indústria, preservamos o valor de nossa moeda e de quebra acabamos com a briga dos economistas sobre o valor do câmbio.

Como? Não gostou? Ficou chocado? Está pensando em como vai ficar o seu salário se a moda pegar? Qual é mesmo sua opinião sobre a vinda dos médicos cubanos?

3 comentários:

  1. Esse post foi Aquém dos demais!!!

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  2. Hehe. Concordo. Ironia não é seu forte.

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  3. Continuo a favor da vinda de estrangeiros. Quem é produtivo não tem medo. Faltam médicos no país igual faltam engenheiros.Aqui quase ninguém faz graduação e do pequeno universo que faz a maioria é bacharel em direito ou administrador....kkk

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