Acompanhando o caso da importação de médicos cubanos tive
uma ideia que solucionará o problema da indústria no Brasil. Como já comentei
em outros posts a participação da indústria no PIB tem caído desde pelos menos
a década de 1980, isto preocupa alguns colegas economistas que acreditam que
sem uma grande participação da indústria no PIB o país está fadado ao atraso.
Não concordo com a tese destes economistas, quem companha o blog já deve ter
percebido, mas não sou do tipo que se recusa a ajudar.
Segundo estes economistas que estão preocupados com a
indústria, também chamados de desenvolvimentistas ou até novos-mercantilistas,
nossa indústria não consegue competir com a do resto do mundo porque os custos
em dólares de nossas indústrias são muito altos, em particular o custo do
trabalho. Como reduzir salários é uma coisa difícil e, ainda segundo os
desenvolvimentistas, para aumentar a produtividade é preciso ter muita
indústria, o Brasil está em uma armadilha: a produtividade é baixa porque não
temos indústria e não temos indústria porque a produtividade é baixa para nossos salários.
Para quebrar este ciclo perverso, vários desenvolvimentistas
defendem uma desvalorização do real. Entre os defensores da desvalorização
estão ninguém menos do que a presidente Dilma, o seu adversário nas últimas eleições
José Serra, pelo menos dois ministros: Mantega e Pimentel além de ex-ministros
que hoje são conselheiros da presidente, entre eles: Bresser, Delfim e Belluzo.
Entretanto quando enfim a desvalorização chegou a maioria destes senhores se esqueceu
de vir a público defendê-la, sem seus campeões a desvalorização está sendo
combatida pelo Banco Central e corre o risco do câmbio não chegar no nível necessário
para salvar a indústria
Caso o câmbio não chegue aos R$ 2,60 desejados pelo ministroMantega não há motivo para nossos amigos desenvolvimentistas saírem de seus
esconderijos e voltarem aos jornais para pedir a desvalorização do câmbio.
Seguindo meu plano vamos competir com a China sem desvalorizar o câmbio.
Normalmente cobraria uma pequena fortuna para revelar minha ideia, mas como sou
um patriota farei sem cobrar nada nas linhas abaixo.
Primeiro a FIESP faz um campanha em rádios, jornais e TVs
dizendo que os trabalhadores brasileiros não querem trabalhar pelo salário ou
nas condições oferecidas pela nossa gloriosa indústria. Nesta fase é importante
frisar que poderíamos aumentar muito a produção industrial se trabalhadores que
aceitassem salários menores para trabalhar em plantas no interior pudessem ser
contratados. Uma vez propagandeada esta ideia a indústria abriria um fila para
trabalhadores que queiram trabalhar no interior em condições precárias e
ganhando menos que os atuais empregados da indústria. Quando ninguém aparecer
para fila é hora de dar o bote. Os representantes da indústria anunciam um contrato com uma agência de
recrutamento internacional que entrará em contato com governos mundo afora que
estejam dispostos a mandar trabalhadores para o Brasil. É importante que os
governos dos países escolhidos sejam democráticos e populares com tradição de
liberdades políticas e respeito aos direitos humanos, desta forma os
trabalhadores que vierem podem ficar tranquilos sabendo que se saírem do
programa seus parentes estarão bem. Coréia do Norte e Cuba seriam exemplos de possíveis candidatos. Afinal para o programa dar certo é fundamental que os trabalhadores
importados não participem do mercado de trabalho nacional.
Se alguém perguntar sobre salários ou direitos trabalhistas
dos empregados o contratante informa que isto não é problema dele. Tais
perguntas devem ser feitas a agência que fez o tráfico a intermediação dos
trabalhadores que por sua vez remeterá a questão ao país de origem dos
trabalhadores. Na segurança deste país os familiares dos trabalhadores,
devidamente acompanhados por seguranças bem armados, vão dar depoimentos a
respeito de como seus parentes estão felizes vivendo como escravos
trabalhadores da indústria brasileira. Com uma simples intermediação resolvemos
o problema da indústria, preservamos o valor de nossa moeda e de quebra
acabamos com a briga dos economistas sobre o valor do câmbio.
Como? Não gostou? Ficou chocado? Está pensando em como vai
ficar o seu salário se a moda pegar? Qual é mesmo sua opinião sobre a vinda dos médicos cubanos?
Esse post foi Aquém dos demais!!!
ResponderExcluirHehe. Concordo. Ironia não é seu forte.
ResponderExcluirContinuo a favor da vinda de estrangeiros. Quem é produtivo não tem medo. Faltam médicos no país igual faltam engenheiros.Aqui quase ninguém faz graduação e do pequeno universo que faz a maioria é bacharel em direito ou administrador....kkk
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