Foi em 1792, um certo Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi executado por liderar um revolta contra a Coroa Portuguesa. Os revoltosos foram motivados por aumento de impostos. Não descarto que agentes das colônias inglesas que se declararam independentes em 1776 tenham se infiltrado na revolta, afinal eles também se revoltaram por impostos altos e, como todos sabem, tudo que fazemos por aqui tem que ser motivado por alguém de lá. É certo que tal como os jovens da Venezuela da hoje se revoltam por conta de agentes americanos os inconfidentes do século XVIII só se revoltaram por influência de agentes do futuro império.
Mas porque se revoltar contra impostos? São os impostos que garantem o bem-estar dos pobres. Não é por acaso que a Coroa os condenou. Como alguém se recusa a ajudar os mais necessitados? Só porque alguns membros da corte levam vida de ricos enquanto os pobres continuam e continuarão (posso dizer que o conhecimento de quem está no século XXI) não quer dizer que é justo reclamar dos impostos. Esse Tiradentes só pode ser da classe média! O tipo de gente que não tem solidariedade, que para manter seus luxos se recusa a sustentar a corte, digo, os pobres.
É pior! Grita o intelectual do interior paulista. Além de egoísta os que reclamam de impostos são burros. Não entendem que é preciso sustentar uma aristocracia forte, que precisamos de nossos campeões da corte para enfrentar o estrangeiro. Só falta agora macaquearem os yankees e começarem com esta história de "nós o povo". Não sabem da nada! Se desejamos ser uma colônia bem sucedida precisamos taxar a classe média e transferir a renda para os campeões de nossa metrópole. Os que se revoltam contra estas transferências são contra o Brasil e merecem mesmo ser enforcados e esquartejados.
E assim surgiu o "classe média sofre" no Brasil. Condenado a sustentar burocratas em nome dos pobres e os ricos em nome do progresso. Odiado por existir e ser quem é, chamado de hipócrita por seus valores morais e constantemente acusados de egoístas e burros. Somos profissionais liberais, funcionários públicos, professores, pequenos e médios empresários e tantas outras profissões que não abrem as portas da fortuna mas não despertam os discursos e o interesse de caridosos burocratas. Somos a classe média brasileira. Vítimas do estado e da violência desde de tempos imemoriais ainda somos obrigados a agradecer nossos algozes.
Viva Tiradentes! Viva a Inconfidência! Viva a Liberdade! Liberdade mesmo que tardia ainda é nosso lema!
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