segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Tô com o Sachsida

Com a proximidade das eleições creio que é hora de listar meus motivos para votar e apoiar a candidatura do Adolfo Sachsida para Deputado Distrital. De início voto no Adolfo por conhecê-lo bem. Nos conhecemos em 1998 quando tomei posse no IPEA e fui trabalhar na Coordenação Geral de Finanças Públicas. Trabalhamos juntos, ficamos amigos e escrevemos dois trabalhos. Um sobre paridade descoberta da taxa de juros que foi publicado na Applied Economic Letters (Uncovered interest parity and the peso problem: the Brazilian case, link aqui) e outro sobre ciclos reais no Brasil que foi publicado na Revista Brasileira de Economia (Business cycle fluctuations in Brazil, link aqui), esse último estava (não sei se ainda está) entre os dez mais citados da história da RBE. Naquela época já via o Adolfo como o tipo do amigo que podemos contar mesmo nas horas mais difíceis. Certa vez o descrevi como o tipo de amigo que se te ver do outro lado da rua brigando sozinho contra cinco cara fortes atravessa a rua e já entra com uma voadora, não porque ele seja particularmente forte e vá bater nos caras, mas por ser do tipo que prefere apanhar com um amigo que seguir adiante e fingir que não viu, até hoje mantenho a descrição.

Depois de trabalharmos no IPEA cada um seguiu seu caminho. Ele foi para Universidade Católica de Brasília (UCB) onde ajudou a consolidar o Programa de Pós-Graduação em Economia, inclusive criando o curso de doutorado em economia da UCB. Eu fui para a UnB onde acabei virando coordenador de pós-graduação em uma época onde o tradicional Programa de Pós-Graduação em Economia da UnB vivia momentos difíceis, em grande parte por conta de desentendimentos internos. Viramos "concorrentes", mas sempre estivemos prontos a nos ajudar, quero crer que deu certo. A Católica consolidou a Pós-Graduação em Economia que chegou a ser avaliada como muito boa pela CAPES, o Programa de Pós-Graduação em Economia da UnB voltou a ser avaliado como centro de excelência. Na sequencia o Adolfo foi para os EUA, onde lecionou na Universidade do Texas, e voltou para o IPEA. Eu estou na UnB até hoje, atualmente sou diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da UnB (FACE/UnB). Neste trajeto Adolfo consolidou sua posição como um dos pesquisadores brasileiros mais produtivos na área de economia, foram 53 artigos publicados entre 2000 e 2013, a maioria no exterior.

Se isso não fosse o suficiente para justificar meu voto ainda tem o fato do Adolfo ser um liberal que compartilha várias ideias comigo. Acreditamos no mercado e na livre inciativa como a melhor forma de coordenar a atividade econômica, acreditamos que valores morais são importantes (embora discordemos sobre quais valores e no papel do estado para impor tais valores) e que todos os indivíduos são iguais e devem responder por seus atos (para o bem e para o mal), acreditamos que as sociedades ocidentais representam a melhor forma de organização social já criadas pela humanidade e que os fundamentos destas sociedades devem ser espalhados pelo mundo, acreditamos na importância da família como célula fundamental da sociedade e como responsável pela formação de valores (embora possamos discordar sobre o que vem a ser uma família), por último mas não menos importante, somos Cristãos e acreditamos que a boa nova trazida por Cristo deve ser espalhada pelo mundo.

A lista de motivos já está grande, porém incompleta. Tem um último ponto que eu gostaria de registrar. Gosto de política, acompanho a política brasileira e internacional desde muito jovem, sou do tipo que gosta de ler discursos e coisas assim. Apesar de tudo tenho muito respeito pela política, acredito piamente que a única alternativa à política é a força e a consequente barbárie. Na condição de alguém que gosta de política muito me entristece o baixíssimo nível de nossos políticos atuais. Não é um problema cultural ou de falta de educação, já tivemos grandes políticos e oradores tanto na esquerda quando na direita. Carlos Lacerda, Getúlio Vargas, San Tiago Dantas, Darcy Ribeiro, Roberto Campos, Celso Furtado, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Afonso Arinos e tantos outros já ocuparam assentos no nosso Congresso que hoje recebe figuras que mal conseguem apresentar e concatenar as ideias que dizem defender, isto quando se dão ao trabalho de dizer quais ideias defendem. Em tal ambiente ver um cidadão com a formação e com a história do Adolfo Sachsida topar entrar no jogo eleitoral é motivo de esperança. Em nome desta esperança não só voto no Adolfo como peço aos amigos que votem nele.


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