Enquanto não soubermos a duração das medidas de isolamento
que estão sendo tomadas para reduzir a velocidade de contágio da Covid-19 não
será possível obter estimativas confiáveis do estrago que esta pandemia vai
causar nas economias de todos os países do mundo. A relação é direita, se, por
milagre, amanhã aparecer um remédio barato e de fácil acesso capaz de curar e
imunizar a todos, então as empresas retomarão as atividades e as pessoas
voltarão a comprar. Neste caso os empregos que ainda não foram destruídos serão
retomados e o estrago causado pelo coronavírus não será tão grande. Porém, se
até setembro ou outubro não aparecer uma cura ou uma vacina e tivermos de sair
do isolamento, mesmo que parcial, no desespero e sem confiança para comprar ou
investir o estrago será enorme. No meio do caminho existem várias
possibilidades, casa uma com impacto diferente na economia.
Mesmo com tanta incerteza a unidade de inteligência da
revista The Economist resolveu elaborar previsões para o crescimento em 2020 para
os países do G20 já levando em conta os efeitos da Covid-19 (link aqui). Dado que a fonte é
respeitada e fazia tempo que não postava aqui, resolvi comparar as previsões
pré-crise com as previsões pós-crise.
Antes da crise a média de crescimento dos países do G20 previsto
pela The Economist era de 2%. O maior crescimento foi previsto para Índia, 6%,
seguida de China, 5,9%, e Indonésia, 5,1%, apenas a Argentina tinha previsão de
queda no PIB. Neste mundo pré-crise o crescimento do Brasil estava previsto em
2,4%, menor apenas que os dos três já citado e da Turquia, 3,8%. A figura
abaixo mostra o crescimento previsto antes da crise.
Como era de se esperar a pandemia mudou todo o cenário, a
média das previsões pós-crise aponta uma queda de 3%, apenas Índia, 2,1%,
Indonésia, 1%, e China, 1%, vão crescer este ano de acordo com as previsões da
The Economist. A maior queda é prevista para Itália, o Brasil deve ter a quarta
maior queda de PIB com uma variação de -5,5%. Além da Itália, apenas Alemanha e
Argentina têm previsão de queda no PIB maiores que no Brasil. A figura mostra o
crescimento previsto depois da crise.
Um último exercício consiste em comparar os números das duas
figuras. A maior diferença entre o crescimento previsto antes da crise e o
crescimento previsto depois da crise é observada no Brasil. A valer as
previsões da The Economist dentre os países do G20 o Brasil é o que terá a
maior perda de crescimento por conta da Covis-19, a figura abaixo ilustra a
diferença entre as previsões de crescimento antes de depois da pandemia.
O artigo da The Economist Intelligence Unit não aprofunda na
discussão das razões para uma variação tão grande no Brasil, eu também não vou
fazer isso. Está tudo muito incerto para arriscar análises mais profundas,
resta seguir buscando alternativas para minimizar o impacto da crise na
economia e manter a esperança que o pessoal da áreas de saúde, que tem a
liderança nesta crise, encontre o mais rápido possível uma cura, uma vacina ou
alguma outra forma de superar essa pandemia e permitir que voltemos à nossas vidas
normais.
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