domingo, 5 de abril de 2020

The Economist e o impacto da Covid-19 nas economias dos países do G20.


Enquanto não soubermos a duração das medidas de isolamento que estão sendo tomadas para reduzir a velocidade de contágio da Covid-19 não será possível obter estimativas confiáveis do estrago que esta pandemia vai causar nas economias de todos os países do mundo. A relação é direita, se, por milagre, amanhã aparecer um remédio barato e de fácil acesso capaz de curar e imunizar a todos, então as empresas retomarão as atividades e as pessoas voltarão a comprar. Neste caso os empregos que ainda não foram destruídos serão retomados e o estrago causado pelo coronavírus não será tão grande. Porém, se até setembro ou outubro não aparecer uma cura ou uma vacina e tivermos de sair do isolamento, mesmo que parcial, no desespero e sem confiança para comprar ou investir o estrago será enorme. No meio do caminho existem várias possibilidades, casa uma com impacto diferente na economia.

Mesmo com tanta incerteza a unidade de inteligência da revista The Economist resolveu elaborar previsões para o crescimento em 2020 para os países do G20 já levando em conta os efeitos da Covid-19 (link aqui). Dado que a fonte é respeitada e fazia tempo que não postava aqui, resolvi comparar as previsões pré-crise com as previsões pós-crise.

Antes da crise a média de crescimento dos países do G20 previsto pela The Economist era de 2%. O maior crescimento foi previsto para Índia, 6%, seguida de China, 5,9%, e Indonésia, 5,1%, apenas a Argentina tinha previsão de queda no PIB. Neste mundo pré-crise o crescimento do Brasil estava previsto em 2,4%, menor apenas que os dos três já citado e da Turquia, 3,8%. A figura abaixo mostra o crescimento previsto antes da crise.




Como era de se esperar a pandemia mudou todo o cenário, a média das previsões pós-crise aponta uma queda de 3%, apenas Índia, 2,1%, Indonésia, 1%, e China, 1%, vão crescer este ano de acordo com as previsões da The Economist. A maior queda é prevista para Itália, o Brasil deve ter a quarta maior queda de PIB com uma variação de -5,5%. Além da Itália, apenas Alemanha e Argentina têm previsão de queda no PIB maiores que no Brasil. A figura mostra o crescimento previsto depois da crise.




Um último exercício consiste em comparar os números das duas figuras. A maior diferença entre o crescimento previsto antes da crise e o crescimento previsto depois da crise é observada no Brasil. A valer as previsões da The Economist dentre os países do G20 o Brasil é o que terá a maior perda de crescimento por conta da Covis-19, a figura abaixo ilustra a diferença entre as previsões de crescimento antes de depois da pandemia.




O artigo da The Economist Intelligence Unit não aprofunda na discussão das razões para uma variação tão grande no Brasil, eu também não vou fazer isso. Está tudo muito incerto para arriscar análises mais profundas, resta seguir buscando alternativas para minimizar o impacto da crise na economia e manter a esperança que o pessoal da áreas de saúde, que tem a liderança nesta crise, encontre o mais rápido possível uma cura, uma vacina ou alguma outra forma de superar essa pandemia e permitir que voltemos à nossas vidas normais.


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