PEC 55: ruim com ela?
Pior se ela não for eficaz.
Após uma série de erros de avaliação e de condução da
política econômica o Brasil se encontra em uma das maiores crises de sua
história. Como costuma ser o caso em recessões profundas vivemos uma crise
fiscal com graves implicações políticas. Menos do que escolha de um governo a
contenção de gastos é uma imposição da própria crise que não permite a
continuação da política de aumentos de gastos públicos como proporção do PIB com
financiamento por meio de endividamento e aumento de arrecadação. Política essa
que vinha sendo aplicada quase que ininterruptamente desde a estabilização da
economia em 1994.
A necessidade de ajuste foi reconhecida pelo governo no
final de 2014 ainda no primeiro mandato de Dilma Roussef. Em 2015, já com
Joaquim Levy no ministério da Fazenda, o governo anunciou várias medidas de
corte de gastos incluindo reajustes abaixo da inflação para professores e
demais servidores públicos. No entanto, os cortes efetivamente realizados não foram
suficientes para resolver a crise fiscal. No início de 2016, com Nelson Barbosa
na Fazenda, o governo anunciou outro pacote de cortes, inclusive adiando o
reajuste salarial de professores e outras categorias, mais uma vez sem alcançar
o resultado necessário.
A proposta do governo Temer e da equipe do ministro
Meirelles parte do reconhecimento da dificuldade de cortar gastos e substitui a
estratégia de cortes radicais de curto prazo por um limite de crescimento do
gasto nos próximos vinte anos, com uma revisão em dez anos. É uma proposta
ousada que busca diluir no tempo os sacrifícios do ajuste fiscal. Se der certo
testemunharemos um exemplo de uso de engenharia fiscal para facilitar a adoção
de medidas de alto custo político, quase uma anestesia. Se der errado estaremos
diante de uma crise fiscal ainda mais grave que pode levar a medidas drásticas
como as que estão sendo tomadas em vários estados, particularmente no Rio de
Janeiro, ou a uma redução da despesa real via altas taxas de inflação. Sendo
assim e na falta de outras alternativas factíveis, nós, professores da FACE/UnB
abaixo assinados, pedimos ao Senado que aprove a PEC 55.
Antônio
Nascimento Junior, ADM
César
Tibúrcio, CCA
Daniel
Cajueiro, ECO
Diana Vaz de
Lima, CCA
Eda Castro Lucas
de Souza, PPGA
Geovana
Lorena, ECO
Jomar
Miranda Rodrigues, CCA
Jorge
Madeira Nogueira, ECO
José
Carneiro da Cunha Oliveira Neto, ADM
José
Guilherme Lara Resende, ECO
Marcelo
Torres, ECO
Marilson
Dantas, CCA
Marina
Rossi, ECO
Maurício
Bugarin, ECO
Milene
Takasago, ECO
Moisés da
Andrade Resende Filho, ECO
Otávio
Ribeiro de Medeiros, CCA
Paulo
Coutinho, ECO
Ricardo
Gomes, GPP
Roberto
Ellery Jr, ECO
Rodrigo
Peñaloza, ECO
Rodrigo de
Souza Gonçalves, CCA
Tomas de
Aquino Guimarães, ADM
Vander
Lucas, ECO
Victor
Gomes, ECO
Assim seja! Que venha a PEC do fim do mundo e vamos ver no que dá!
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