Resolvi ir um pouco além na provocação que fiz no FB e
checar as metas de inflação pelo mundo. Encontrei uma página que lista tais
metas em vários países (link aqui), em alguns aparece centro da meta e
intervalo, em outro aparece apenas o intervalo, fiquei apenas com os países
onde o centro da meta aparece explicitamente. O motivo é pedestre: colocar o
símbolo “%” como separador na função separate() do R facilitou minha vida. Se
alguém fizer a média dos intervalos para calcular o centro da meta dos outros
países será muito bem-vindo.
Fiquei com 48 países. O valor médio das metas de inflação
foi de 4,26, menor que nossa meta de 4,5%, a mediana foi de 3%, ou seja, metade
dos países possuem metas de inflação igual ou menor que 3%. De fato, o valor da
média é bastante afetado pela meta do Malauí, 14,2%, e da Ucrânia, 12%. Tirando
estes dois países a média das metas é de 3,88%. Dos 48 países apenas 16 possuem
meta de inflação maiores que 4,5%. A figura abaixo mostra a meta de inflação em
cada país da amostra.
O próximo passo, como de costume, foi olhar apenas para a
América Latina. Dos 48 países encontrei nove em “nuestra” América. A Argentina
está na lista original, mas como tem apenas o intervalo (12% a 17%) não ficou
na amostra de 48 e, portanto, não está entre os nove da América Latina. A
figura abaixo mostra a meta de inflação nos países latino americanos, nenhum
tem meta maior que 4,5% e apenas o Paraguai e o Brasil possuem meta igual a
4,5%. A média das metas na América Latina é de 3,44%. O valor mais comum é de
3%, usado no Chile, no México, na Colômbia e na Costa Rica. O mais baixo é 2%
no Peru.
Enfim, em uma análise rápido creio que é correto dizer que a
meta de inflação no Brasil poderia ser mais baixa. Se não podemos ser como o
Peru, que pelo menos sejamos iguais à Colômbia.
0 comentários:
Postar um comentário