Marco Antonio Martins é uma referência para os economistas de minha geração que vivem em Brasília. PhD em Chicago e orientando de Robert Lucas, Marco Martins, apesar de ter publicado no JPE, preferiu não seguir carreira na academia. Fez sua carreira no IPEA e no Senado. Na virada dos anos 1970 para os anos 1980, Marco Martins protagonizou uma das mais importantes críticas à política desenvolvimentista de subsídios ao preço do Petróleo. Tive oportunidade de conversar com ele sobre este assunto e é impressionante a lucidez com que Marco Martins analisou e antecipou as conseqüências desastrosas de subsidiar um insumo fundamental como o Petróleo. O primeiro grande problemas foi a sinalização errada para a indústria e consumidores, estes não adotaram tecnologias poupadoras de energia por não terem recebidos os incentivos vindos dos preços. O segundo problema é o custo gigantesco dos subsídios, principalmente em um país importador de petróleo. Uma das provocações de Marco Martins é que a crise do balanço de pagamentos dos anos 1980 foi devida a esta política de subsídios. Nada supera uma conversa com Marco Martins para aprender sobre o Impasse, para os que não podem vir a Brasília para a conversa recomendo assistir esta entrevista e ler o texto do Impasse.
Fiz esta introdução para comentar notícia de O Globo sobre o atual subsídio à gasolina. Aparentemente mais de vinte anos depois os técnicos do governo não aprenderam nada com os erros de Geisel. Mais uma vez o governo entra em uma política suicida de subsidiar derivados de petróleo para tentar incentivar setores da indústria e para controlar preços. Assim como ocorreu na década de 1970 o governo está impondo custos altíssimos à Petrobras, custos que serão pagos pelos contribuintes, está criando déficits na balança comercial e, pior, está sinalizando errado para os agentes econômicos. Como diria Belchior: "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".
segunda-feira, 15 de julho de 2013
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É inacreditável essa insistência em políticas que já se provaram desastrosas! Fica no ar a sensação de estar 'a beira do precipício e a lembrança de tornar nossa dissertação em um artigo. O tema continua mais atual do que nunca, infelizmente. Como título, sugiro: Com quantas décadas perdidas se faz um país do futuro?
ResponderExcluirIsso me faz lembrar do saudoso livro Economics of Worldwide Stagflation, dos Bruno and Sachs.
ResponderExcluirBacana! Excelente também o texto de comentário de Daniela Viana!
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